quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Delicioso decote!

Hesitei em escrever sobre ela, mas não tive êxito. A visão do delicioso decote, de alguém que não estaria lá, realmente ficou gravado em minha mente. Mesmo eu tendo fingido não notar, forjando uma distração, ela, despretensiosamente, ou não, conseguiu chamar minha atenção. O mundo feminino é realmente interessante e surpreendente. Mostrando a nuca ou passando a mão no cabelo, elas sabem se insinuar.

Com essa imagem, que até agora está em minha mente, lembrei de uma frase de um velho poeta (que usa a música como mídia para transmitir sua poesia) que dizia serem os peitos a parte do corpo de uma mulher que lhe chamava mais atenção. A bunda é bonita também. Mas o peito, tem aquela coisa assim! Eles lhe afrontam!

Concordo com ele e para mim eles transmitem também o ar de poder. Nem sempre de fato o têm. Mas, certamente demostram uma determinação digna de quem sai num sábado à noite em busca de emoção. Salve o decote feminino!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A dor ao mar

Ela sabe olhar, calar e amar
Sabe sonhar
Ela sabe buscar e reter
Se perder e se achar

Ela sabe amar e, se precisar, esperar
Vive a caminhar
Ela caminha na manhã a querer
Seu amor que tarda a chegar

Ela espera, mas não cansa de amar
Ela ama, sem cansar de esperar
Em seu peito uma pedra não há
Em seu peito o amor, e a dor ao mar

(Berêu)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cozer e casar, a arte de saber dosar



A dose é o que difere remédio de veneno. Então, na arte de viver, não podemos valer-nos do radicalismo. Uma vez, assistindo o documentário Doces Bárbaros, escutei e vi Maria Bethânia dizer que não gosta dessas coisas de “levantar bandeira” para defender radicalmente uma ou outra ideia, acho que ela foi perguntada sobre algo em relação ao movimento feminista. Devemos ter cuidado com nossas verdades.

Assim, um belo prato de moqueca para não fazer mal tem que estar bem preparado. Feito com bom camarão fresco, azeite de dendê e outras miudezas. Mas, cada ingrediente deve ser posto na medida certa, para garantir aroma e sabor e cair bem. Esperem, vamos à saideira! Depois dessa frase foram mais três e muita conversa. Foi dessa forma que conheci um jovem senhor com seus prováveis cinquenta ou mais anos. Dono do Fundo de Quintal, na praia de Imbassai no litoral norte da Bahia, que nos preparou uma moqueca e filé que são “sucesso”. Este nobre senhor, casado pela sétima vez com uma mulher de personalidade forte, nos presenteou com histórias interessantes. Ele falou sobre seus conceitos de energia humana e demonstrou ser possível reinventar a vida ao contar ter se aposentado, se separado pela sexta vez e se mudado para a linha verde. “Não quero mais saber de casamento”, pensou ele ao se mudar para Imbassai e decidir abrir um restaurante. Mas acabou se rendendo à outra mulher. Ele administra a cozinha e ela administra ele. Simplesmente um cozinheiro que parece saber temperar bem não apenas moquecas e filés, mas certamente seus amores e sua vida.

Em um mundo de vida ligeira, onde as pessoas não aprendem a amar, é importante se deparar com seres que não temem a mudança. Que sabem quando uma relação já não lhe faz tão bem, quando a dose excessiva transforma o amor em outra coisa e ele deixa de fazer bem. Desconstrua seu amor, se preciso for, mas não se furte de edificar outro maior e muito mais colorido.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gabriela, um café com cachaça, cravo e canela



Cuidado pra você não ficar a vida toda esperando. Esperando o sol, esperando o mar, esperando, esperando. Saia da rotina cama-trabalho-cansaço-cama. O cotidiano diário do dia-a-dia nos impõe uma monotonia incrível. Crie intervalos para abrigar momentos bons. Tire uma folga, usando aquelas horas-extras, ou aquele banco de horas, e vá ver o mar. Se for num dia ensolarado, bom. Se for no Porto da Barra, melhor ainda. Peça uma água de côco, assente-se na areia e aprecie a paisagem com belas curvas femininas, mar e pôr-do-sol. Se receber um convite pra ir a um novo lugar, não hesite, vá!

Poderá ser levado a um Cafélier, conhecer um Zeus, feito de café e cachaça, e se permitir pensar em coisas boas e até sonhar. Se entre amigos estiver, exercite o filosofar romântico que só os sentimentais são capazes. Se estiver com alguém que ama, beije. Se não puder beijar, apenas fique a olhar. Olhar o porto, a baía, o mar. Continue a pensar em coisas boas, enquanto tenta descoisificar outras. Chame de novo Jô e peça a ela que lhe traga Gabriela, beije a xícara e sinta o gosto do café com cachaça, cravo e canela. Tente sempre adoçar a vida, pois esta pode não lhe dar o tempo que julga necessário para aprender a amar e ser feliz.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O vagabundo feliz



É interessante perceber no gargalhar de uma gente modesta a busca constante pelo estado de felicidade. Numa curta viagem percebe-se a vastidão de objetivos de vida que existem. A cidade do recôncavo, que outrora abrigara índios da tribo marag-gyp, abriga hoje, especialmente, duas figuras notáveis na paisagem. Uma se trata de uma mulher, casada com um capitão, mãe de um filho e, de certo, devota de Santa Bárbara ou filha de Iansã, como queiram. Outra é um psicodélico hippie que se apresentou, com olhos abrasados, como maluco beleza. A mulher dizia ter terrenos que, de tão extensos iam até “os inferno”. Dona de uma pousada há mais de trinta anos, repetia que não se esquentava com muita coisa, pois “se eu morrer tudo fica aí”, dizia ela. Já o maluco dizia ter largado tudo pela liberdade. Está de férias há quinze anos. Como isso é possível?! Esse rapaz, aparentando não mais que quarenta anos, uma hora disse morar em Paris, noutra em Machu Pichu. Mas o certo mesmo é que, com aquele olhar entorpecido, ele parecia poder viajar à qualquer lugar que quisesse, quando quisesse.

Dessas duas pessoas antagônicas, consegui ver a representação real de que todos têm o poder de mudar suas vidas, ou de continuar vivendo a vida a eles imposta pelas circustâncias. Desde a poderosa, work-a-holic do recôncavo, que não parece ter o poder de mudar a própria vida, ao maluco beleza, que representa exatamente o oposto, estando totalmente desapegado das coisas do mundo. Me parece que devemos estar atentos as nossas emoções positivas, identificar as coisas que as provocam e tentar repeti-las o máximo de vezes possíveis em sua vida.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Panis et circences ou pânico no circo!



Sempre acho que uma coisa quer se traduzir outra, o que não ocorre. Melhor seria se o fosse. Assim, um circo ameaçado pelo poder de mudança. Ou de ter que se destruir para se refazer. Bom seria se todos pudessem ser o palhaço que sonham, não o que é empurrado a ser. "Mas as pessoas na sala de jantar/São ocupadas em nascer e morrer". Gosto dos mitos como Shiva. Tão significante como uma fênix que inusitadamente surge em uma manhã acinzentada e poética numa fabulosa visão. Seria bom se fôssemos deuses capazes de fazer florescer o jardim que projetamos em nossas mentes-arquitetas do amor.

Todos deveriam aprender a nascer e morrer, quando necessário fosse. Fazendo-o primeiro pelas mãos da lindíssima nossa senhora da boa morte e em segundo pelos braços da irmandade da boa vida, onde a amizade é a pedra fundamental.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Passou, sorriu e partiu para sempre

A certeza de ter amado com consciência, de não guardar mágoas foi o que garantiu que a perda não fosse maior do que todo o amor dos anos de convivência. Anos que trouxeram descobertas compartilhadas, ensinamentos pelos exemplos de inteligência demonstrada continuamente. O perdão é algo necessário no dia-a-dia. Precisamos trazer nossos corações vazios de ressentimentos e ódios. Pois, por mais que pareçam se justificar, tais emoções devem ser realmente destruídas.

A próxima hora ou o próximo dia poderá não chegar para que você ou para o outro, tirando a oportunidade de zerar a reza e deixar um pedido de desculpa não pedido guardado em seu peito. Você poderá gritar ao céu, mas a leveza que traz o desculpar ou o ser desculpado não poderá ser mais sentida.

A felicidade de ter transmitido todo o amor nos anos que se passaram superou a gigantesca dor da ausência que ficou para sempre. É fundamental a construção de momentos felizes. Ainda que efemeramente, a felicidade trazida pelo amor compensa.