quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Plantar um livro, escrever um filho e cultivar um lírio!


*Orlando Costa - Foto: Genilson Coutinho


Pai, filho e o próprio Orlando Costa em uma demonstração de unidade familiar através da música. Viva ao samba da velha Bahia, que fez com que Orlandinho, se valendo do saudosismo, levasse ao palco seu pai e seu filho para exibir uma canção tocada na velha cidade baixa, da São Salvador. Mostraram na prática que, realmente, muitas vezes mais importante do que heranças genéticas são as influências culturais exercidas pelos pais. Estes transmitem crenças morais e religiosas. Há ainda valores passados inconscientemente e capturadas de forma não tão direta, como o gosto pelo batuque, pela boemia, pela poesia. Todas essas coisas estão presentes em um mundo constituído por coisas simples e ao mesmo tempo nutridas de grande valor sentimental.

De certo, é muito simbólico para um artista renomado, já tendo tocado com grandes nomes do universo emipebístico, ter seu pai(como um mestre) e seu filho(como um discípulo) acompanhando-o em um número musical apresentado para uma bela plateia.

Creio que plantar um livro, escrever um filho e cultivar um lírio são experiências que parecem representar algum sentido para a existência humana. “Existirmos, a que será que se destina?”. O grande percussionista, através de sucessivos gestos em palco, mostrou ter amor e consciência das coisas para ele importantes: ser pai e também filho.