O primeiro dia da semana(não o primeiro dia comercial) tinha tudo para terminar como mais um, a base de filosofia e quitutes, no Rio Vermelho. Mas, depois de duas ou três horas de analises existenciais e conjecturas sentimentais, surgiu ou ressurgiu a ideia de realizar uma espécie de café filosófico, onde haveria de haver tudo, menos o próprio café. O interessante é que antes do ressurgimento da ideia o meu amigo analista de pessoas, já um tanto cansado, quase conseguindo falar outra “língua”, discorreu um pouco sobre literatura, pois eu havia lhe comentado sobre o livro que estou a ler, sempre após deitar, para convidar o sono que sempre me cansa de tanto esperar. O Verdade Tropical se mostra familiar para mim, pois acompanho o seu autor de longas datas, desde que descobri ser dele uma música que repetia várias vezes, na abertura de um seriado da televisão Globo, a pergunta “por que não?” percebi que não se tratava apenas de uma personalidade, a qual ouvia falar desde que “me entendia por gente”. Eu era criança mas a frase me parecia ter um cunho de rebeldia e eu gostei. Aproveitando minha retomada a esta mídia, com esta nova publicação, quero registrar que minha relação com a literatura “transversal” tem se estreitado. O último livro que li falava sobre cultura (Cultura – um conceito antropológico, Roque Laraia), o qual cita várias vezes, evidentemente não por acaso, o antropólogo Claude Lévi-Strauss. Ao ler o nome dele, sempre era remetido a canção “Estrangeiro” (porque esta o cita) que me remetia a Caetano, naturalmente. Aos mais desatentos devo parecer ter perdido a motivação que me levou a criar este blog, se observado o primeiro “post”, ou a primeira publicação. Mas se observarem continuo a buscar o assunto cultura(sendo cyber ou não). E não à toa me interessei em colocar na minha lista dois livros(Morte e vida Severina / Grande Sertão:Veredas) que retratam nossa cultura e que foram citados no Verdade, nas primeiras páginas.
“O amor é cego/ Ray Charles é cego / Stevie Wonder é cego/ E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem”.
Sempre achei esses versos engraçados, mas, como o escritor se trata de quem se trata, os rapazes, artistas e realmente cegos, não foram citados despretensiosamente. O nosso analista, não o Mahatma, mas o autonomeado Gandhi, após eu citar as citações do Verdade sobre Ray Charles, me explicou sobre a estética musical desses dois músicos e o marco que foram na música estadunidense. Confesso que ignoro muita coisa, isso mundialmente falando, talvez por confiar nas minha lentes pelas quais enxergo a conjuntura musical do planeta. Mais cedo ou mais tarde essas lentes me trazem as coisas que são boas e acho que essa é a grande "coisa" do Tropicalismo. Algo que parte do samba caymmiano e é capaz de absorver, digerir e devolver coisas como Billie Jean, bossanovizada por Caetano. Achei interessante quando cantarolei a canção incidental dessa versão de Billie Jean: “Tava jogando sinuca / Uma nega maluca me apareceu / Vinha com um filho no colo / E dizia pro povo / Que o filho era meu”, e meu pai comentou que se tratava de uma canção antiquíssima, de sua época de criança.
Mas, após esse rodeio em Itapoan, via Ribeira, volto ao café filosófico, regado à Malbec Seco (2 vezes mais encorpado..rs). Começamos com recitais de poesias de Manoel Bandeira, intercalados por comentários sobre sua obra e tendo como música de fundo, não por culpa minha, o disco “Uns”. Estávamos em três, quando chegou o quarto elemento acompanhado, muitíssimo bem, pela primeira e então única flor do café. Trouxeram-nos ninguém menos que Pablo Neruda, num book de bolso certamente comprado em alguma loja de conveniência bem conveniente. Alguém teve também a ideia de convidar um rapaz cuja incultura literária não permitira-me conhecer até então: Thiago de Mello. Parece com nome de jogado de futebol, mas trata-se de mais um bom poeta. Nos divertimos lendo as poesias que são intituladas pelos signos do zodíaco. A brincadeira era um recitar a poesia condizente ao signo do outro. A sobre escorpião teve tudo a ver, embora eu tenha desenvolvido certo ceticismo sobre essas coisas. Foi rico o exercício coletivo da expressão sentimental. O pai da turma ao usar sua emoção poética. O quarto elemento ao se desinibir com o violão. O anfitrião, feliz, demonstrando sua satisfação em realizar o encontro e forjando choros engraçados. Também eu, atento para não concorrermos com Maria Bethânia, a quem havia acabado de resgatar na estante de discos. Por fim, a flor que, gentilmente, participou daqueles momentos de amizade e contemplação à arte brasileira. Como consolo, ficou a promessa do café filosófico número dois.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Repare bem - parte II
Resolvi postar este comentário que fiz no blog Sbronka sobre o assunto das cotas....
Amigo Slomka,
Gostei muito do texto, concordo com quase tudo. Entretanto, quero contrapor alguns argumentos.
Você falou sobre a imigração polonesa, italiana, etc. Mas quero ressaltar que embora estes pudessem ter sido escravizados e discriminados por serem de suposta raça inferior em seus países de origem, eles chegaram numa situação diferente ao Brasil, onde, pelo que já li e ouvi em documentários de TV, muitos deles receberam terras e recursos para poderem trabalhar. De outro lado, os negros que outrora foram escravizados e vendidos por tribos africanas rivais aos colonizadores brasileiros chegaram e continuaram escravos até pouco mais de um século atrás(120 anos).
Concordo que se a educação pública, da pré-escola ao ensino médio, fosse de qualidade no mínimo boa não precisaríamos de cotas para “negros” nas Universidades. Mas também não há como negar que as pessoas que detiveram o poder nunca se importaram em garantir uma educação de qualidade para todos indiscriminadamente, pois estes eram quase sempre de classe média e alta e sempre tiveram dinheiro para colocar seus filhos em boas escolas. Acho muito engraçado quando escuto um amigo falar da injustiça que é ter sua chance de entrar na Universidade diminuída pelo sistema de cotas. Como se não fosse injusto dificultar o acesso de quem não tem grana à educação básica de qualidade. Cristovam Buarque está com projeto de lei(http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166) que obriga aos agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014. Eu iria além, todo funcionário público deveria ter seus filhos matriculados em escolas públicas. Por quê será que ninguém compra essa briga? Seria uma boa bandeira para os anti-cotas. Outras reflexões sobre o pós-abolição: Foram dadas terras aos escravos abolidos ou salários dignos pelo seu trabalho? Estes foram recebidos pela sociedade sem nenhum tipo de diferenciação? Tiveram acesso à educação formal ou tinham que trabalhar 14 ou 16 horas por dia?
Por fim, sofremos uma epidemia de analfabetismo funcional a qual as cotas para acesso as faculdades não remediarão. E este é um problema sobre o qual não vejo a classe média injustiçada pelas cotas reclamar com o mesmo vigor. Isto, talvez, por não afetá-la!
O que mais gosto na lei de cotas não é a própria lei, mas sim o fato de fazer levantarmos e pensarmos no assunto EDUCAÇÃO, até então pouco debatido. Só espero que saíamos deste debate racial e simplista e entremos num debate de projeto para o país, com cerne no direito universal a instrução(DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, Artigo XXVI )
Então, educação de qualidade à todos, brancos ou negros, pobres ou ricos!
Um abraço..
Amigo Slomka,
Gostei muito do texto, concordo com quase tudo. Entretanto, quero contrapor alguns argumentos.
Você falou sobre a imigração polonesa, italiana, etc. Mas quero ressaltar que embora estes pudessem ter sido escravizados e discriminados por serem de suposta raça inferior em seus países de origem, eles chegaram numa situação diferente ao Brasil, onde, pelo que já li e ouvi em documentários de TV, muitos deles receberam terras e recursos para poderem trabalhar. De outro lado, os negros que outrora foram escravizados e vendidos por tribos africanas rivais aos colonizadores brasileiros chegaram e continuaram escravos até pouco mais de um século atrás(120 anos).
Concordo que se a educação pública, da pré-escola ao ensino médio, fosse de qualidade no mínimo boa não precisaríamos de cotas para “negros” nas Universidades. Mas também não há como negar que as pessoas que detiveram o poder nunca se importaram em garantir uma educação de qualidade para todos indiscriminadamente, pois estes eram quase sempre de classe média e alta e sempre tiveram dinheiro para colocar seus filhos em boas escolas. Acho muito engraçado quando escuto um amigo falar da injustiça que é ter sua chance de entrar na Universidade diminuída pelo sistema de cotas. Como se não fosse injusto dificultar o acesso de quem não tem grana à educação básica de qualidade. Cristovam Buarque está com projeto de lei(http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166) que obriga aos agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014. Eu iria além, todo funcionário público deveria ter seus filhos matriculados em escolas públicas. Por quê será que ninguém compra essa briga? Seria uma boa bandeira para os anti-cotas. Outras reflexões sobre o pós-abolição: Foram dadas terras aos escravos abolidos ou salários dignos pelo seu trabalho? Estes foram recebidos pela sociedade sem nenhum tipo de diferenciação? Tiveram acesso à educação formal ou tinham que trabalhar 14 ou 16 horas por dia?
Por fim, sofremos uma epidemia de analfabetismo funcional a qual as cotas para acesso as faculdades não remediarão. E este é um problema sobre o qual não vejo a classe média injustiçada pelas cotas reclamar com o mesmo vigor. Isto, talvez, por não afetá-la!
O que mais gosto na lei de cotas não é a própria lei, mas sim o fato de fazer levantarmos e pensarmos no assunto EDUCAÇÃO, até então pouco debatido. Só espero que saíamos deste debate racial e simplista e entremos num debate de projeto para o país, com cerne no direito universal a instrução(DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, Artigo XXVI )
Então, educação de qualidade à todos, brancos ou negros, pobres ou ricos!
Um abraço..
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Capital Narcisista e o Conhecimento Livre
O projeto Música Falada com Gilberto Gil, ontem dia 01/09/2009 no Teatro Castro Alves, foi praticamente uma aula! Para muitos que o conheciam apenas como o esteriotipado Gilberto Gil, foi uma surpresa sua abordagem sobre diversos problemas contemporâneos de forma tão poética e direta.
Depois de contar o ínicio de sua relação com a música sob o incentivo de sua mãe, de falar sobre seus anos de exílio, da sua trilogia(Refazenda, Refavela e Realce) inspirada na sétima arte, Gil foi perguntado sobre o que achava da pirataria. Gil disse achar natural esse movimento de democratização de conteúdos. Começou dizendo que hoje o Capital volta seus olhos para si mesmo, esquecendo que originalmente o seu foco deveria ser o setor produtivo e passando a ter como foco principal o setor financeiro. O Capital ficou vaidoso, um verdadeiro narcisista, segundo o cantor. Gil comentou sobre o fato das empresas quererem sempre cada vez mais, apenas para si. Diante de um novo mundo, as empresas teriam que se adequar, pois o compartilhamento e o acesso à informação nos seus mais diversos formatos é imenso e quase impossível de controlar. Houve um momento em que o discurso de Gilberto Gil me remeteu a questão do software livre, foi quando ele citou a possibilidade de cada pessoa criar seu próprio conteúdo com toda liberdade na blogsfera. Isso tem um link direto com o conceito do software livre, onde através de um conhecimento compartilhado eu posso gerar meu próprio conteúdo, ou meu próprio software, e compartilhá-lo para que outras pessoas o utilizem e colaborem para melhorá-lo.
Ele foi perguntado ainda sobre a sondagem de seu nome para uma possível chapa de candidatura a presidência da república, mas disse que não aceitaria. Enfim, foi uma noite regada a muita música, filosofia e política.
Depois de contar o ínicio de sua relação com a música sob o incentivo de sua mãe, de falar sobre seus anos de exílio, da sua trilogia(Refazenda, Refavela e Realce) inspirada na sétima arte, Gil foi perguntado sobre o que achava da pirataria. Gil disse achar natural esse movimento de democratização de conteúdos. Começou dizendo que hoje o Capital volta seus olhos para si mesmo, esquecendo que originalmente o seu foco deveria ser o setor produtivo e passando a ter como foco principal o setor financeiro. O Capital ficou vaidoso, um verdadeiro narcisista, segundo o cantor. Gil comentou sobre o fato das empresas quererem sempre cada vez mais, apenas para si. Diante de um novo mundo, as empresas teriam que se adequar, pois o compartilhamento e o acesso à informação nos seus mais diversos formatos é imenso e quase impossível de controlar. Houve um momento em que o discurso de Gilberto Gil me remeteu a questão do software livre, foi quando ele citou a possibilidade de cada pessoa criar seu próprio conteúdo com toda liberdade na blogsfera. Isso tem um link direto com o conceito do software livre, onde através de um conhecimento compartilhado eu posso gerar meu próprio conteúdo, ou meu próprio software, e compartilhá-lo para que outras pessoas o utilizem e colaborem para melhorá-lo.
Ele foi perguntado ainda sobre a sondagem de seu nome para uma possível chapa de candidatura a presidência da república, mas disse que não aceitaria. Enfim, foi uma noite regada a muita música, filosofia e política.
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sábado, 13 de junho de 2009
Uma mesa Joãogilbertiana!
Era sábado e sabido que neste dia eu não ficaria a noite em casa, daria pausa na saga dos Buendía. A propósito, Gabriel realmente é um rapaz que merece ser lido.
Arrumei-me para sair de casa e depois resolver o que iria fazer. Liguei para o cara da logística. Enquanto aguardava ele sair de um evento para seguirmos para o destino combinado, resolvi dar aquela velha volta pelo Rio Vermelho. O Twist tava lotado, pois já havia umas quarenta do lado de fora e devia conter umas vinte pessoas lá dentro. Os bares estavam razoavelmente cheios. Segui, passei pelo Cristo e avistei o farol. "Quando o sol se põe vem o farol, iluminar as águas da Bahia"(Galvão e Caetano). Não sei porque, mas toda vez que vejo o Farol da Barra cantarolo esse verso. Mas, enfim, deu a hora de seguir ao encontro do cicerone da noite.
Fomos a um bar na Pituba, fui apresentado como pandeirista para os amigos da mesa e logo me solicitaram para entrar em ação. Incrivelmente sentamos em uma mesa de novos amigos, onde praticamente fui cercado de artistas. Esse pessoal me lançou um repertório extremamente bossa-novista. De repente um rapaz ensaia do meu lado o fantástico arranjo que Gilberto Gil apresentará no seu disco Unppluged para a música Expresso 2222. Não resisti e tive que pedir para ele tocá-la e obviamente o acompanhei na cara de pau, mas como havia ensaiado algumas vezes com a banda de Gil, através do DVD é claro tentado copiar Marcos Suzano, me senti seguro para o ato. Foi show!
Fruta que caiu! Essa noite acabou ficando marcada. Valeu, Cabeça!
Arrumei-me para sair de casa e depois resolver o que iria fazer. Liguei para o cara da logística. Enquanto aguardava ele sair de um evento para seguirmos para o destino combinado, resolvi dar aquela velha volta pelo Rio Vermelho. O Twist tava lotado, pois já havia umas quarenta do lado de fora e devia conter umas vinte pessoas lá dentro. Os bares estavam razoavelmente cheios. Segui, passei pelo Cristo e avistei o farol. "Quando o sol se põe vem o farol, iluminar as águas da Bahia"(Galvão e Caetano). Não sei porque, mas toda vez que vejo o Farol da Barra cantarolo esse verso. Mas, enfim, deu a hora de seguir ao encontro do cicerone da noite.
Fomos a um bar na Pituba, fui apresentado como pandeirista para os amigos da mesa e logo me solicitaram para entrar em ação. Incrivelmente sentamos em uma mesa de novos amigos, onde praticamente fui cercado de artistas. Esse pessoal me lançou um repertório extremamente bossa-novista. De repente um rapaz ensaia do meu lado o fantástico arranjo que Gilberto Gil apresentará no seu disco Unppluged para a música Expresso 2222. Não resisti e tive que pedir para ele tocá-la e obviamente o acompanhei na cara de pau, mas como havia ensaiado algumas vezes com a banda de Gil, através do DVD é claro tentado copiar Marcos Suzano, me senti seguro para o ato. Foi show!
Fruta que caiu! Essa noite acabou ficando marcada. Valeu, Cabeça!
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domingo, 17 de maio de 2009
Amor táctil
Ao banir de meu quarto de dormir minha televisão - por motivos de força maior - abri espaço para o tal "livro de cabeceira". Eles podem não ser “mutuamente exclusivos” (termos muito usados pelos nerds), porém a televisão tem um poder enorme de deter minha atenção - é mais fácil pegar informações através dela, mesmo sendo muitas delas inúteis. Confesso que pouca coisa boa sobra para ver de bom na tv. Algumas poucas coisas como os bons programas "Provocações" ou "Observatório da Imprensa", ambos da TV Cultura, não me deixam a impressão de estar perdendo tempo à toa ao assistir a televisão.
“Tropeçavas nos astros, desastrada.
Quase não tínhamos livros em casa” (Caê)
Na verdade tenho alguns, embora a maioria deles me remeta a minha gloriosa atual profissão de analista de sistemas: Java: como Programar, Padrões de Projetos em Java, EJB livros de receitas e por aí vai. Mas, mesmo representando uma pequeníssima proporção, há coisas como O Príncipe (Maquiavel), alguns de literatura brasileira e outros como Memórias de Minhas Putas Tristes (Gabriel Garcia Márquez, que segundo a Wikipedia é/era conhecido também como Gabito). Este último tão interessante que me fez emendar a leitura com outro livro do mesmo autor, Cem Anos de Solidão. Resolvi fazer esta publicação em meu blog apenas para registrar a descoberta deste excelente autor, o qual só agora eu vim experimentar.
“Os livros são objetos transcendentes. Mas podemos amá-los do amor táctil.” (Caê)
Em meio ao politeísmo tecnológico me parece que a televisão ainda exerce um grande poder de entreter seus seguidores. São trezentas zilhões de novelas e telejornais “manchetistas”, que nos traz muitas informações e nos deixam quase nenhum "conhecimento" sobre grande parte dos assuntos. A internet avança muito fortemente no que diz respeito à ocupação dos nossos lares. Já amamos do amor táctil os teclados dos nossos micros e vivemos a entrar muitas vezes madrugada a dentro a googlar (que já virou verbo), mas temos cada vez menos este amor táctil para com os livros.
“Tropeçavas nos astros, desastrada.
Quase não tínhamos livros em casa” (Caê)
Na verdade tenho alguns, embora a maioria deles me remeta a minha gloriosa atual profissão de analista de sistemas: Java: como Programar, Padrões de Projetos em Java, EJB livros de receitas e por aí vai. Mas, mesmo representando uma pequeníssima proporção, há coisas como O Príncipe (Maquiavel), alguns de literatura brasileira e outros como Memórias de Minhas Putas Tristes (Gabriel Garcia Márquez, que segundo a Wikipedia é/era conhecido também como Gabito). Este último tão interessante que me fez emendar a leitura com outro livro do mesmo autor, Cem Anos de Solidão. Resolvi fazer esta publicação em meu blog apenas para registrar a descoberta deste excelente autor, o qual só agora eu vim experimentar.
“Os livros são objetos transcendentes. Mas podemos amá-los do amor táctil.” (Caê)
Em meio ao politeísmo tecnológico me parece que a televisão ainda exerce um grande poder de entreter seus seguidores. São trezentas zilhões de novelas e telejornais “manchetistas”, que nos traz muitas informações e nos deixam quase nenhum "conhecimento" sobre grande parte dos assuntos. A internet avança muito fortemente no que diz respeito à ocupação dos nossos lares. Já amamos do amor táctil os teclados dos nossos micros e vivemos a entrar muitas vezes madrugada a dentro a googlar (que já virou verbo), mas temos cada vez menos este amor táctil para com os livros.
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terça-feira, 5 de maio de 2009
Cibermundo, eis-me aqui!
Comecei a ler o livro Cibercultura(Pierre Lévy) através da boa ferramenta Google Livros, em páginas 'aperitivas', e me deparei com uma reflexão feita pelo autor sobre o teórico impacto da tecnologia na sociedade.
O autor chama de metáfora bélica o termo "impacto" ao ser utilizado para representar a relação das tecnologias da informação sobre sociedade. A tecnologia seria uma arma neolítica lançada(sabe-se lá por quem) sobre a sociedade, gerando canceres na cultura da mesma? Ou, sendo menos dramático, apenas trata-se de mais uma das tecnologias que o homem desenvolveu e utilizou, utiliza, para seguir o caminho de evolução da nossa civilização.
Trago-nos o seguinte trecho do livro:
“Seria a tecnologia um ator autônomo, separado da sociedade e da cultura, que seriam apenas entidades passivas percutidas por um agente exterior?” hã?!
Andei lendo na internet pessoas refletindo sobre tecnologia e, de repente, cometendo o mesmo erro que algumas pessoas da área de TIC(Tecnologias da Informação e Comunicação) achando que as coisas (pessoas e tecnologias, principalmente) são independentes. Quando, como é bem citado por Lévy, “as atividades humanas abrangem, de maneira indissolúvel , interações entre: pessoas vivas e pensantes, entidades materiais naturais e artificiais, idéias e representações”.
Bom, como estréia deste mambembe blogueiro acho que já está de bom tamanho!
O autor chama de metáfora bélica o termo "impacto" ao ser utilizado para representar a relação das tecnologias da informação sobre sociedade. A tecnologia seria uma arma neolítica lançada(sabe-se lá por quem) sobre a sociedade, gerando canceres na cultura da mesma? Ou, sendo menos dramático, apenas trata-se de mais uma das tecnologias que o homem desenvolveu e utilizou, utiliza, para seguir o caminho de evolução da nossa civilização.
Trago-nos o seguinte trecho do livro:
“Seria a tecnologia um ator autônomo, separado da sociedade e da cultura, que seriam apenas entidades passivas percutidas por um agente exterior?” hã?!
Andei lendo na internet pessoas refletindo sobre tecnologia e, de repente, cometendo o mesmo erro que algumas pessoas da área de TIC(Tecnologias da Informação e Comunicação) achando que as coisas (pessoas e tecnologias, principalmente) são independentes. Quando, como é bem citado por Lévy, “as atividades humanas abrangem, de maneira indissolúvel , interações entre: pessoas vivas e pensantes, entidades materiais naturais e artificiais, idéias e representações”.
Bom, como estréia deste mambembe blogueiro acho que já está de bom tamanho!
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