O projeto Música Falada com Gilberto Gil, ontem dia 01/09/2009 no Teatro Castro Alves, foi praticamente uma aula! Para muitos que o conheciam apenas como o esteriotipado Gilberto Gil, foi uma surpresa sua abordagem sobre diversos problemas contemporâneos de forma tão poética e direta.
Depois de contar o ínicio de sua relação com a música sob o incentivo de sua mãe, de falar sobre seus anos de exílio, da sua trilogia(Refazenda, Refavela e Realce) inspirada na sétima arte, Gil foi perguntado sobre o que achava da pirataria. Gil disse achar natural esse movimento de democratização de conteúdos. Começou dizendo que hoje o Capital volta seus olhos para si mesmo, esquecendo que originalmente o seu foco deveria ser o setor produtivo e passando a ter como foco principal o setor financeiro. O Capital ficou vaidoso, um verdadeiro narcisista, segundo o cantor. Gil comentou sobre o fato das empresas quererem sempre cada vez mais, apenas para si. Diante de um novo mundo, as empresas teriam que se adequar, pois o compartilhamento e o acesso à informação nos seus mais diversos formatos é imenso e quase impossível de controlar. Houve um momento em que o discurso de Gilberto Gil me remeteu a questão do software livre, foi quando ele citou a possibilidade de cada pessoa criar seu próprio conteúdo com toda liberdade na blogsfera. Isso tem um link direto com o conceito do software livre, onde através de um conhecimento compartilhado eu posso gerar meu próprio conteúdo, ou meu próprio software, e compartilhá-lo para que outras pessoas o utilizem e colaborem para melhorá-lo.
Ele foi perguntado ainda sobre a sondagem de seu nome para uma possível chapa de candidatura a presidência da república, mas disse que não aceitaria. Enfim, foi uma noite regada a muita música, filosofia e política.
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